morrer lentamente...

 Fui fazer a primeira prova de entrada no curso para ser assistente de bordo com 16 anos.

Estávamos em 1997.
Comecei a trabalhar aos 17.
Quando comecei a tirar o curso ninguém me levou muito a sério.
Alguns riam-se, outros gozavam, outros diziam que era maluca.
Quando assinei o meu primeiro contrato e contei às pessoas, foi a loucura.
 
Estudar e trabalhar??
- impossível conciliar;
- és doida varrida;
- não faças isso;
- vais estragar a tua vida;
- os aviões caiem muito e vais morrer jovem;
- não vais aproveitar a vida;
- vais desperdiçar os anos em que devias estar a estudar;
- não vais gostar do trabalho e depois é tarde.
 
 
A minha mãe não gostou da ideia, a minha irmã também não, os meus amigos próximos detestaram, a minha família ou não se pronunciou ou foi contra.
A verdade é que a opinião dos outros nunca foi muito importante para mim mas tanta negatividade à minha volta começou a pesar.
 
O meu pai manteve-se calado.
No dia anterior a eu entrar no primeiro avião em trabalho ofereceu-me um postal com este poema de Pablo Neruda.
 
 

pablo.jpg

A verdade é que os anos em que fui assistente de bordo foram maravilhosos.

Com querer tudo se consegue...ou quase tudo...

Momento duros? Claro...conciliar um trabalho sem horários com a faculdade não foi fácil.

No final, ficaram na minha cabeça os bons momentos...e os muito bons..e valeu a pena cada segundo.

Ganhei asas!

 

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