No meu trabalho ....

 O meu trabalho, não sendo fácil, fica facilitado com o grupo extraordinário que trabalha comigo. Os meus colegas são os melhores do mundo. E não é porque me dão chocolates. São mesmo fixes!

São boas pessoas. Pessoas mentalmente saudáveis com alguma dose de loucura.

 

Somos o departamento mais animado da minha empresa. Isso não quer dizer que não se trabalhe a sério.

 

Ás vezes alguém pergunta:

- há câmaras???

- Não, não há. Podes continuar....

 

Todos nós temos uma alcunha!

Todos!

Excepto o Diretor, que não trabalha diretamente connosco.

Vai aparecendo.

Vai perguntando.

Às vezes aborda o assunto das alcunhas.

-Então já tenho nome?

- Tens, é Sr. Diretor!

Ele sabe as nossas alcunhas todas e muitas vezes usa-as:

- Ó I-Tretas envia por mail o relatório x.

Pior, usa-as quando estão pessoas de fora:

- Ó baga gogi onde é que está o contrato y?

As pessoas ficam a olhar feitas parvas mas ele diverte-se à brava.

 

Entre nós não há cá Pedro ou Diogo, são sempre as alcunhas, nem damos conta.

Se eu ligo à tarde de casa para algum dos meus colegas.

- Olá, é a Joana, podes chamar o homem hamster?

 

Neste momento, estamos a contratar pessoas.

Andava de olho num rapazinho que foi aluno do meu tio na faculdade. Tenho seguido a carreira dele e desta vez convidei-o a ingressar na empresa onde trabalho.

Foi uma excelente contratação.

Mas o rapazinho ainda não entrou no espírito.

Tem cerca de 30 anos mas tem ar...

É um ratinho.

Um ratinho, copo de leite.

Muito atrapalhado.

Muito nervoso.

 

Começou na segunda-feira.

Tem andado em formação e pouco tem estado connosco mas quando está reparo que ele olha para nós com um ar...coitado!

Completamente deslocado.

Onde ele se veio meter......

Trabalhava num banco.

Comecei a desconfiar que o rapaz ainda voltava atrás e ía pedinchar o lugar de volta.

Ou ia fazer queixinhas à mãe e ela aparecia um dia a pedir explicações.

 

Ontem entra no meu gabinete para me entregar uns relatórios que tinha feito com o Diogo.

- Jorge, diz ao homem queque para introduzir aqui os dados do mês de Junho, dava jeito para eu levar para o Porto.

Ele diz que sim e não diz mais nada....um ar um bocado espantado.

-Então, alguma dúvida?

-Não. Nenhuma.

Saiu meio a cambalear. Quase tropeçou nas próprias pernas. Lá foi à vida dele.

Esqueci o assunto.

Daí a um bocado estou a passar pela copa e ouço uma conversa telefónica dele em que dizia, num tom de voz completamente transtornado :

 

- eu não percebo, ela chama Vasco, ao cão e homem queque, ao Diogo...

 

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