Sr Cão #8

 Tive de ir trabalhar no domingo. As idas para Barcelona têm este preço.

Segunda-feira. Ontem.

Como despachei muito trabalho no domingo, chego a casa pelas 15h.

Pego no cão e damos uma volta.

Volto a casa.

 

Pego no carro e no cão e vamos para Cascais. A casa do meu irmão.

Tinha combinado ir lá jantar. O Vasco vai comigo. Exigência dos meus sobrinhos que o adoram.

Quando estão em minha casa o cão olha para eles como seres estranhos. Brinca, deixa-se levar mas sempre com desconfiança. Na casa deles ou na rua é doido por eles.

Chego a casa do meu irmão pelas 17h. Está lá a minha cunhada. O meu irmão tinha saído para ir buscar os miúdos à escola.

- São capaz de ainda demorar. Diz-me a Rita. Este ano estão em escolas diferentes. Contingências da idade.

 

Peguei no cão e em mim e vou fazer tempo. Desço a rua. Ando mais um bocado. Vou pela boca do inferno. Passo pelo Centro Cultural de Cascais.

O cão feliz e contente.

Muitas árvores para carimbar de xixi. O paraíso na terra.

Vou continuando até à rua das lojas.

Paro numa loja que gosto.

Ao meu lado uma senhora com o filho pela mão. Uns 4 anos talvez.

De repente, ouço um choro.

A criança chora como se não houvesse amanhã.

 

O Vasco possuído por um espírito mal feitor...roubou-lhe o bollycao..

 

Com mil slimani's! Nem queria acreditar.

Pedi desculpa à senhora.

Disse-lhe que comprava outro bollycao. Para esperar um bocadinho. Tentava eu e ela consolar a criança inconsolável.

O Vasco contente que só ele.O rabo a abanar. E a rir-se.

Perguntei à senhora para onde ia.

Fui com ela.

Passámos à porta do Minipreço. Não podia entrar com o cão.

Pedi-lhe para por favor segurar o Vasco para eu lá ir comprar o bollycao.

A senhora que se chamava, Marta, sempre a dizer-me que não. Que são coisas que acontecem.

Eu, a morrer de vergonha..

O Vasco a abanar o rabo...contente..

A Marta fica a segurar o Vasco. O puto já tinha parado de chorar e arranja um melhor amigo, o Vasco.

O cão tem uma lata que faz corar toda a quadrilha BPN.

Entro no Minipreço.

Compro para além do Bollycao mais algumas coisas para ficar com a consciência ligeiramente melhor.

 

Volto para casa do meu irmão.

Sempre a descompor o cão.

As pessoas olham para nós.

Chego a casa do meu irmão e conto o sucedido. Toda a gente se ri.

O cão abana o rabo.

Já não janto.

 

Volto para Carcavelos. A desbaratar com o cão.

Chego a casa.

Estou assim:

Ele está de castigo. Ainda não decidi até quando. Provavelmente, até fazer a sua licenciatura e ter meios de subsistência. Quando tiver 30 anos, portanto.

Está assim:

Trombas do tamanho do Botswana.

Arrependimento do tamanho de Andorra..

Sonso é o que é!

 

P.S. eu sei que hoje é dia mundial do animal....até nisso teve pontaria...