escrever

Eu não sei escrever.
E este post podia terminar já aqui.
Vai terminar já aqui? Claro que não!

Tudo o que escrevo é mauzinho.
Não escrevi mau. Escrevi mauzinho.
É escrito com muito boa vontade. Tirado a ferros.
É aquele tipo de escrita fofinha. Mas sem qualquer tipo de formalidade.
Que se lixe o sujeito. O predicado. E o verbo.
E por isso é mauzinho.

Os textos escritos são diferentes uns dos outros.
Na forma e no conteúdo.
Alguns passam emoção. Outros informação. Por exemplo.
Não posso exigir de uma notícia o mesmo que exijo de uma crónica, por exemplo. 
Por isso é que têm nomes diferentes.

Há textos francamente bons. 
E outros francamente maus. Este provavelmente.
Depois existem textos que são muito maus mas estão mascarados de bons.
São escritos por pessoas que conhecem a formalidade da língua. 
Não dão erros. Nem ortográficos, nem gramaticais.
Mas desconhecem a vida ou a emoção. 
Não transmitem nada com as palavras que escrevem.
Espremidinho. Espremidinho. Valem zero. Mas estão cheios de palavras rechonchudas. 
De adjectivos caros. 
E de cagança literária.

Eu escrevo mal.
Mas gosto de ler quem escreve bem.
Às vezes, poucas, encontro pessoas que escrevem mesmo muito bem.
Aqui está um texto que li. Despretensioso. Simples. Bonito.
Para mim, é isto. É só isto...

Eu escrevo mal.
Contento-me em admirar quem o faz bem...

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Comentários

  1. Esta carta do Miguel é das coisas mais bonitas que já li... obrigada por me obrigar a ler outra vez ;)

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