dignidade 0. Joana 5.
Pela tarde.
Depois de ter trabalhado, trabalhado, trabalhado.
Fui às compras.
Deus me livre de me meter numa grande superfície.
Estive numa a semana passada e quase me atirei para o chão a chorar.
Tanta, tanta gente...
Não tinha muitas coisas para comprar. Fui a uma mercearia de bairro. A pé.
Primeiro erro. Deixei o guarda-chuva em casa.
O dia estava chuvoso mas não estava a chover, a mercearia era logo ali e tinha a certeza absoluta que não ia chover.
Segundo erro. Não levei um saco de compras em condições.
Queria comprar pouca coisa porque tinha tudo em casa. Era só uma fruta e assim, ah! e frutos secos...e pouco mais. Também não levei mala. Levei um tote bag (deste tipo) daqueles que as marcas nos oferecem às vezes.
Lá fui eu. A barriga à frente. A Joana atrás.
Na mercearia.
- Olha que marmelos tão bons!
Escolhi 4 para assar ao jantar.
- Olha que maçãs bravo de esmolfe, fenomenais.
Escolhi uma meia dúzia.
- Olha para estas passas de figo. E as de ameixa. Ah! E as de alperce. Quero tudo!
Tudo para dentro do cestinho das compras.
- Olha estas laranjas, para as miúdas comerem ao lanche.
Escolhi 3.
- Aaaah! Não acredito! Este ananás dos Açores!
Trouxe um.
Pára tudo! Encarei com o amor da minha vida.
A minha perdição de momento.
O que me leva à loucura.
O que me faz bater o coração aceleradamente.
Dióspiros.
Tirei um saquinho plástico e coloquei lá dentro 5 dióspiros.
Fui para a caixa.
Arrumei tudo dentro do meu saquinho.
Mas os dióspiros vinham num saquinho plástico na minha mão esquerda.
Demasiado preciosos para se juntarem ao povo que estava dentro do meu saco...
Saí da mercearia.
Chovia.
Não chovia muito mas...chovia.
Passados uns segundos já eu me sentia desconfortável com a chuva.
Não arrisquei correr. Ou a Luisínha podia achar que era o fim do mundo e resolvesse espreitar.
Cheguei ao portão de casa.
E as chaves.
Sei lá...das chaves.
Encharcada até à medula comecei à procura das chaves dentro do saco.
Sempre com cuidado para não estrafegar os meus dióspiros que continuavam na mão esquerda.
Tirei as laranjas de dentro do saco. E coloquei-as no chão...isto porque a minha mão esquerda só podia ter os dióspiros.
Tirei os frutos secos. Chão.
Tirei os marmelos. Chão.
Nada de chaves.
Tirei as maçãs. Chão. Encontrei a carteira. Nada de chaves.
O ananás. Chão. Rebolou até à estrada.
Olho à minha volta para ver se alguém estava a ver....
...
Ali estava eu. Grávida. Quase de cócoras atrás de um ananás com vida própria.
Nisto deixo cair os dióspiros no chão.
O drama. O horror. A tragédia. Mesmo em frente aos meus olhos.
Nada de chaves. Ensopada até aos ossos. O cabelo a escorrer. O nariz a pingar.
Sentei-me no chão a apanhar tudo o que estava no chão.
Vi-me grega para voltar a pôr-me de pé. A grávida no seu melhor.
Quando entrei em casa. Esqueci a pouca dignidade que ainda tinha.
Banho quente?
Podia esperar.
Atirei-me aos dióspiros. Mesmo em papa souberam-me pela vida.
Não me admirava nada que a Luísa ao nascer tenha uma tonalidade assim para o laranjinha...
Ah! As chaves estavam no bolso do casaco.
Depois de ter trabalhado, trabalhado, trabalhado.
Fui às compras.
Deus me livre de me meter numa grande superfície.
Estive numa a semana passada e quase me atirei para o chão a chorar.
Tanta, tanta gente...
Não tinha muitas coisas para comprar. Fui a uma mercearia de bairro. A pé.
Primeiro erro. Deixei o guarda-chuva em casa.
O dia estava chuvoso mas não estava a chover, a mercearia era logo ali e tinha a certeza absoluta que não ia chover.
Segundo erro. Não levei um saco de compras em condições.
Queria comprar pouca coisa porque tinha tudo em casa. Era só uma fruta e assim, ah! e frutos secos...e pouco mais. Também não levei mala. Levei um tote bag (deste tipo) daqueles que as marcas nos oferecem às vezes.
Lá fui eu. A barriga à frente. A Joana atrás.
Na mercearia.
- Olha que marmelos tão bons!
Escolhi 4 para assar ao jantar.
- Olha que maçãs bravo de esmolfe, fenomenais.
Escolhi uma meia dúzia.
- Olha para estas passas de figo. E as de ameixa. Ah! E as de alperce. Quero tudo!
Tudo para dentro do cestinho das compras.
- Olha estas laranjas, para as miúdas comerem ao lanche.
Escolhi 3.
- Aaaah! Não acredito! Este ananás dos Açores!
Trouxe um.
Pára tudo! Encarei com o amor da minha vida.
A minha perdição de momento.
O que me leva à loucura.
O que me faz bater o coração aceleradamente.
Dióspiros.
Tirei um saquinho plástico e coloquei lá dentro 5 dióspiros.
Fui para a caixa.
Arrumei tudo dentro do meu saquinho.
Mas os dióspiros vinham num saquinho plástico na minha mão esquerda.
Demasiado preciosos para se juntarem ao povo que estava dentro do meu saco...
Saí da mercearia.
Chovia.
Não chovia muito mas...chovia.
Passados uns segundos já eu me sentia desconfortável com a chuva.
Não arrisquei correr. Ou a Luisínha podia achar que era o fim do mundo e resolvesse espreitar.
Cheguei ao portão de casa.
E as chaves.
Sei lá...das chaves.
Encharcada até à medula comecei à procura das chaves dentro do saco.
Sempre com cuidado para não estrafegar os meus dióspiros que continuavam na mão esquerda.
Tirei as laranjas de dentro do saco. E coloquei-as no chão...isto porque a minha mão esquerda só podia ter os dióspiros.
Tirei os frutos secos. Chão.
Tirei os marmelos. Chão.
Nada de chaves.
Tirei as maçãs. Chão. Encontrei a carteira. Nada de chaves.
O ananás. Chão. Rebolou até à estrada.
Olho à minha volta para ver se alguém estava a ver....
...
Ali estava eu. Grávida. Quase de cócoras atrás de um ananás com vida própria.
Nisto deixo cair os dióspiros no chão.
O drama. O horror. A tragédia. Mesmo em frente aos meus olhos.
Nada de chaves. Ensopada até aos ossos. O cabelo a escorrer. O nariz a pingar.
Sentei-me no chão a apanhar tudo o que estava no chão.
Vi-me grega para voltar a pôr-me de pé. A grávida no seu melhor.
Quando entrei em casa. Esqueci a pouca dignidade que ainda tinha.
Banho quente?
Podia esperar.
Atirei-me aos dióspiros. Mesmo em papa souberam-me pela vida.
Não me admirava nada que a Luísa ao nascer tenha uma tonalidade assim para o laranjinha...
Ah! As chaves estavam no bolso do casaco.
:) conclusão, não chegaste a comprar os frutos secos :)
ResponderEliminarcomprei mas não lhes aconteceu nada de mal....
Eliminar...
Guardar as chaves no bolso... onde é que estavas com a cabeça :P
ResponderEliminarDeixaste cair os dióspiros?!?! :O
Ihihihih...
Ficaram feitos em papa, o que foi fixe porque foi muito mais fácil de comer....
EliminarComo eu gosto destas histórias, Joana - não pela "desgraça" que te acontece, mas pela maneira engraçada como as contas.
ResponderEliminarRelativamente ao local das chaves, não sei se foi o que se passou contigo, mas já me aconteceu, ao sair de algum sítio muito carregada, pensar, antes de pegar nas coisas todas: "Ah, espera, é melhor tirar as chaves da mala e colocá-las no bolso para ficarem mais a jeito ao chegar a casa.", tirar as chaves, colocá-las no bolso e seguir caminho. Ao chegar a casa, carregada, vou em piloto automático e faço uma ginástica brutal a procurar as chaves dentro da mala. Só quando já estou em desespero, preocupada com a localização das chaves (e a pensar onde é que as terei deixado) é que me vem ao espírito a ideia brilhante que tivera, de pôr as chaves mais a jeito...
Por acaso fui com as mãos aos bolsos para ver se tinha telemóvel para ligar aos meus pais para me trazerem as chaves....por acaso estavam lá as chaves. Não sei se tive esse pensamento de pôr as chaves dentro dos bolsos para as ter à mão......não me lembro.
EliminarO que é a dignidade comparada com os desejos de uma grávida?
ResponderEliminarhá pessoas que me compreendem!
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