30 dias de gratidão. Dia 6.

 30 dias de gratidão.

Dia 6!

Vai acontecer no futuro. E eu já não estou em mim com o entusiasmo....

Como se costuma dizer: "o futuro a Deus pertence".

Mesmo não sendo crente. Esta frase diz tudo.

Não podemos controlar o que aí vem.

2020 é a prova disso.

Há um ano atrás quem diria??

Por isso o que vou escrever não passa de uma vontade grande. Minha e do Pedro.

Se vai acontecer ou não. Não fazemos ideia.

Se vai ser um mar de rosas ou não. Não fazemos ideia.

Na nossa cabeça vai acontecer e vai ser um mar de rosas. Sem espinhos.

Queremos muito, muito, muito, muito ser pais outra vez.

Mas..

....vamos ter de esperar mais um pouco.

Tive a Mariana. E a Luísa logo a seguir. 

Quem acompanhou o blog e o meu instagram sabe que a Luísa nasceu prematura.

Tinha sido Natal. Toda uma festa.

O Pedro tinha ido trabalhar no dia 25. Começou às 16 e terminou à meia-noite.

Fiquei bem. 

Mas pelas 21h, sozinha com duas crianças e dois cães comecei a sentir uma dor ao fundo das costas.

Não liguei!

A dor não era nada de especial.

Deixei-me estar sentada na sala.

Fui para a cama. Eu e a dor. Continuava a ser só uma dor. Leve.

O Pedro chegou. E eu contei-lhe.

E o Pedro....

-É melhor irmos para o hospital.

Chamei o Pedro de parvo e outros nomes. Disse que não. Um disparate completo.

Mas...

....quando percebi estava ele a ligar à minha médica.

Ralhei com ele.

- Achas que são horas de ligar às pessoas??

Mas...

...não me ligou nenhuma.

E quando reparei estava a ligar aos meus sogros e aos meus pais para ficarem cá em casa com as duas que estavam a dormir.

Ainda disse ao Pedro.

- Consigo conduzir, posso ir sozinha ao hospital e não temos de chatear meio mundo.

O homem olhou-me com olhos de médico possuído. E eu fiquei caladinha que nem um rato e comecei a dizer sim a tudo!

Chegámos ao hospital. A médica já lá estava. Inspecionou-me da raiz do cabelo às pontas dos pés e disse-me:

- Já não sais daqui. A Luísa vai nascer.

Achei que devia ter a ver com os gazes emanados das luzes de Natal...naquela noite estava tudo maluco.

Como assim? Nascer? Ainda faltavam quase dois meses.

É claro que não me calei. Nem os olhos de médico possuído me pararam...tive de dizer de minha justiça.

- Eu não posso ficar. Não temos nada...não tenho roupa para a Luísa, não tenho roupa para mim, esqueci-me do relógio em casa e as miúdas...blá, blá,blá....

E nisto levanto-me.

Rebentaram as águas.

Voltei a deitar-me e disse.

- Se calhar é melhor ficar....

Levaram-me na maca. Dez minutos depois tinha nascido a Luísa.

Sem dor. Quase nem senti.

Chorou. Estava muito mexilhona. Olhos abertos. 

Levaram-na.

Ainda esteve umas horas na incubadora. Mas estava bem.

Antes de termos alta da maternidade a médica falou comigo e com o Pedro.

Com a nossa tendência para procriar sem parar, deve ter achado que devia falar connosco...

Basicamente disse-nos para esperar dois anos para o meu corpo recuperar.

Consegui negociar para um ano.

Melhor que nada mas o ideal segundo a médica seria dois anos.

Nós os dois falamos muito nisso.

Vai ser uma Rita. Ou um João.

Não andamos à procura do rapaz. Nada disso.

Queremos um filho ou filha e não temos preferência.

Sentimos que cá em casa ainda há espaço para mais alguém.

Esperemos que o universo nos ajude.

Para mim e para o Pedro, a Rita/João já existe. Só ainda não mora connosco.